Tempo de terapia com betabloqueador no tratamento de SCA: qual o ideal?

Por - Jerazel
04/12/23 14:54

O tempo de terapia com betabloqueador no tratamento de SCA é uma dúvida entre cardiologistas e outros profissionais de saúde, já que, apesar de ser muito utilizado, não se sabe se a longo prazo ele apresenta os mesmos resultados.

Inclusive, muitos estudos envolvendo essas substâncias em doenças cardíacas estão sendo disponibilizados com mais frequência, para compreender se esse método de tratamento ainda é o melhor para determinados casos de infarto e quando deve ser indicado.

Como muitos profissionais acreditam, os resultados são interessantes. Foi descoberto que em casos de infarto agudo do miocárdio com supra de ST, o uso de betabloqueadores não reduz o nível de mortalidade e, antes disso, esse medicamento era amplamente utilizado.

Sendo assim, o que já foi uma certeza para muitos especialistas, agora está passível de novos testes, acontecendo da mesma forma com o prazo de uso desses medicamentos.

Entenda nesse artigo até quando o uso de betabloqueadores em SCA está indicado e por quê!

O uso de betabloqueadores em SCA é comprovado, mas e a longo prazo?

Não há dúvidas sobre a eficácia do uso de betabloqueadores em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA), e isso se dá pelos dados relacionados à mortalidade e sobrevida depois desse problema.

No entanto, a comunidade científica e médica estão com dúvidas em relação a quanto tempo administrar essa medicação continuamente após a síndrome. 

E esse questionamento não é à toa. Pesquisas recentes trouxeram dados interessantes que valem a pena ser analisados. 

O estudo CAPITAL-RCT não recomenda uso a longo prazo

Os dados do estudo CAPITAL-RCT indicam que, a longo prazo, o uso de betabloqueadores adicionados à terapia padrão, principalmente em casos em que não há insuficiência cardíaca, pode perder eficácia com o tempo.

Inclusive, outra pesquisa realizada na Coreia do Sul com 29.000 pessoas complementa essa teoria.

Os pacientes que passaram por essa pesquisa receberam betabloqueadores por um período e foram tratados com terapia de revascularização após SCA.

O estudo fez uma comparação daqueles que tomaram por menos de um ano (6.263) contra quem utilizou por 1 ano ou mais (22.707).

Os resultados indicaram que pacientes que foram medicados por um ano ou mais tiveram risco de morte reduzido por infarto e IC, assim como nos 2 anos, mas quem utilizava o medicamento há mais de 3 anos, não.

O estudo mostra claramente que utilizar o medicamento por mais de um ano continuamente apresenta resultados significativos, ao passo que após 36 meses de tratamento contínuo, as pessoas começam a apresentar maior taxa de mortalidade.

Tempo de terapia com betabloqueador no tratamento de SCA: existe um ideal?

Mesmo após esses estudos sobre tempo de terapia com betabloqueador no tratamento de SCA constatarem períodos indicados para o uso da droga, não existe uma regra específica ou uma data em que o medicamento obrigatoriamente irá perder sua eficácia.

É de extrema importância que todos os profissionais de saúde envolvidos no caso do paciente que sofreu SCA avaliem-no periodicamente.

O uso de betabloqueadores ainda é uma das principais diretrizes no tratamento de infarto agudo, porém é preciso se atentar ao comportamento e ao quadro clínico do paciente no passar dos anos.

Dessa forma, sugere-se uma reavaliação constante, assim como tomar novas medidas de terapia, para evitar que o remédio não apresente os efeitos desejados.

Depois deste artigo, continue navegando em nosso blog! Aproveite para ler sobre asnovas diretrizes no tratamento de HAS.

Autor: Quoretech
Data de publicação: 26/03/2021